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Por Helder Sátiro -IG: @helder_satiro
Jeferson Kim -IG @jeferson.kim
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Revolução para evolução, é preciso. Uma novela que muda de nome, mas mantém seus personagens não constituí uma nova novela. E no samba?!
Com o carnaval tardio e fora de época, devido a todo esse período de ausência do maior espetáculo cultural do mundo, vide uma pandemia universal o pós-carnaval está sendo de mudanças e com elas a já tão aguardada movimentação entre os profissionais que fazem girar a engrenagem das agremiações, dando vida ao termo já conhecido como "a dança das cadeiras", porém desta vez as cadeiras estão voando em velocidade supersônica.
E carnavalescos, coreógrafos de comissão de frente, intérpretes, mestres de bateria, rainhas de bateria, casais de mestre sala e porta bandeira, entre outros mudam de agremiações na corrida maluca pelo trabalho em excelência, mas que superando as expectativas leve seus respectivos pavilhões ao pódium e possível campeonato.
Mas apesar das mudanças, é possível observar que as mudanças não estão em exercício de fato. E o termo que muito usado nas rodinhas de conversa ou grandes apostas do público e torcedores de suas comunidades, que se denomina "revolução do carnaval", se tornou questionável, sendo assim será que procede?!
Vamos focar por exemplo em dois segmentos, que provocam burburinho e atenção num show à parte.
*Carnavalescos e Coreógrafos*
Opiniões sobre o assunto se dividem, mas pensando em revolução, mudança e oportunidade, vemos que de fato isso não vem acontecendo além do que já conhecido, famoso, ou rotineiro se as trocas se dão entre os mesmos, com raríssimos nomes como novidade e que conseguem furar o bloqueio, outros sucumbem ao peso de um tal nome ou renome e sobrenome por competência antes mesmo de uma oportunidade de fato.
Será que já não passou a hora de concretas transformações que resignifiquem o sentido das palavras no contexto quando falamos em mudanças, apostas, e novas contratações? Hoje o carnaval carioca é subdividido em profissionais do grupo especial, série ouro, série prata, série bronze, e grupo de avaliação. Será que já não passou a hora de olhar com mais carinho, respeito, e confiança para o talento de profissionais que circulam fora da rotatória?
Presidentes e patronos contratantes não deveriam estes dar novo fôlego ao renovarem seus segmentos, olhando além do óbvio rodízio entre profissionais do grupo especial e série ouro? Será que a Liesa, a Superliga Carnavalesca do Brasil e a Livres, em comum acordo não poderiam guiar os passos incentivadores para a verdadeira revolução?
Um novo olhar sobre um velho olhar, pode dar nova visão e abrir caminhos e possibilidades.
Exemplo é sugerir que carnavalescos e coreógrafos que estão no especial não podem ser contratados para atuar na série ouro, e consequentemente ou na série prata e bronze respectivamente, fazendo com que a tão conhecida dança das cadeiras seja um samba que toca para todos, ao oportunizarem profissionais antes menos conhecidos do público em geral, e para que tenham a esperada e sonhada oportunidade de mostrarem que existe talento além dos já então conhecidos e dominantes que se revezam entre o especial e o ouro? Afinal temos visto recentemente uma nova história de campeões e que com apoio adequado e confiança conseguem balançar as estruturas mostrando que talento constroem nomes que se tornam conhecidos, e não nomes necessariamente condizem ou constroem um talento.
Revolucionário será repensar que a responsabilidade para um bom carnaval de suas agremiações vem da oportunidade, preparação, e investimento em novos e promissores novos talentos, sem invalidar os já tão reconhecidos, renomados e tradicionais grandes nomes. Afinal se hoje referenciamos e reverenciamos aos profissionais que fizeram história no passado, alguns ainda É magnificamente em atividade, surpreendendo e agregando valores de um sarrafo alto, é porque a oportunidade sorriu para os que agora estão, sendo assim me parece ideal olhar para o profissional do futuro.
Repensem, avaliem observem, comentem, confiem e façam suas apostas pois aquele que hoje é considerado Mestre e professor um dia já foi aprendiz e teve a sua oportunidade alcançada, e o aprendiz de hoje será sim referência para os aprendizes do futuro.