Palavra da moda, offshore pode ser investimento atrativo, mas requer cuidados

   Palavra da moda, offshore pode ser investimento atrativo, mas requer cuidados

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As offshores ganharam destaque no Brasil nos últimos 40 dias. Mas não foi por nenhum bom motivo. Após o vazamento da informação de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal localizado no Caribe, a política brasileira pegou fogo. Não tanto por ter ou investir numa offshore, que não é crime. Mas devido à posição de ministro.

Offshore nada mais é que a aplicação em ativos de empresas sediadas em qualquer outro país. O único requisito para o brasileiro que deseja investir em uma offshore é declarar o saldo à Receita Federal e ao Banco Central. Mas, no caso de Paulo Guedes, a polêmica é porque ele fere o Código de Conduta da Alta Administração Federal, que proíbe que servidores mantenham aplicações financeiras, no Brasil ou no exterior, que sejam suscetíveis às suas medidas.

Em outras palavras, as decisões econômicas do Ministério da Economia podem influenciar diretamente no valor dos ativos de offshores. “Por exemplo, quando o governo faz um leilão de spot, que é a injeção ou retirada da moeda estrangeira do mercado. Isso interfere diretamente no valor da offshore, que é cotado em moeda estrangeira. É manipular o mercado em favor de si mesmo”, explica Fábio Ferreira, sócio-diretor da Atrio Investimentos.

Fora esse tipo de circunstância específica, porém, o executivo da Atrio avalia que as offshores reúnem algumas atratividades, mas também riscos. “O que mais seduz um investidor em abrir uma offshore é primeiramente a busca da diversificação dos investimentos em moeda estrangeira, protegendo seus recursos em uma moeda forte, diminuindo com isso o chamado risco Brasil”, observa Fábio.

Além disso, através da offshore, os investidores terão acesso a enorme diversidade de investimentos internacionais em diversos continentes, desde os papeis de bancos, ações de multinacionais, fundos e investimentos diretos como imóveis e outros. “Existem benefícios tributários típicos de paraísos fiscais, os incentivos fiscais são enormes e as operações pouco burocráticas”, acrescenta o sócio-diretor da Atrio Investimentos.

Por outro lado, ao tratar das desvantagens, é importante destacar que não existe uma garantia de crédito como ocorre no Brasil, quando se compra ativos de bancos. “Em caso de investimentos em títulos de empresas, assim como no Brasil, não existe nenhum tipo de proteção ao investidor em caso de uma dificuldade financeira mais grave vivida pela empresa”, adverte.

Além disso, entra em cena a política econômica do governo brasileiro. A variação cambial ajuda a identificar se o ativo está ou não valorizando. “Por isso, o ideal é que a aplicação em offshores não seja o a principal parcela papel da carteira do investidor. Não há garantias suficientes para isso”, avisa Fábio Ferreira, antes de concluir: “Estude a empresa e as leis fiscais do país onde seus papéis estão situados. O máximo de informações que puder colher será de grande valia para se proteger depois”, conclui o executivo da Atrio.


Fonte: Naves e Coelho Comunicação
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