Aumento de leitos é política mais certeira para combate à Covid, diz presidente do Grupo First
O aumento do número de casos de Covid-19 no Espírito Santo desde o fim de agosto, sobretudo na Grande Vitória, fez acender o sinal de alerta das autoridades sanitárias do Estado, ao mesmo tempo em que desperta a preocupação quanto à quantidade de leitos disponíveis para atender à crescente demanda.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) começou a trabalhar com uma reserva maior de leitos destinados exclusivamente a pacientes com a doença do que se previa inicialmente para setembro. No entanto, o presidente do Grupo First e idealizador da operadora de planos de saúde You Saúde, Rodrigo Felipe, alerta para o risco de a medida não ser suficiente para atender aos casos.
“Precisamos considerar que já existe uma demanda recorrente por leitos de UTI que independe da pandemia, e que a reserva de unidades a pacientes de Covid-19 comprime a demanda geral. Em outras palavras, o problema não necessariamente vai ser sanado, mas substituído. E isso pode representar um perigo para a realidade sanitária do Estado”, explica o executivo.
Segundo a Sesa, havia inicialmente reservados para setembro 150 leitos de UTI para pacientes com Covid-19. Mas, diante do aumento de novos casos por dia, que atingiu a média de 11 a 18 pessoas, a reserva de leitos saltou para 300.
A You Saúde chegou a fazer o alerta também em Minas Gerais antes do pico de casos de Covid-19 deflagrados entre abril e maio. Para Rodrigo Felipe, é necessário um ajuste na política de combate à doença. “Entendo as dificuldades dos estados em solucionar o caos na saúde, mas é preciso atacar o problema sem fechar os olhos às outras enfermidades. A reserva de UTIs pode representar um colapso na saúde se outras demandas persistirem. É necessário aumentar a quantidade de leitos, e não administrar somente os que já existem”, adverte.