A Inteligência Artificial deve promover a inteligência humana e não substituí-la

   A Inteligência Artificial deve promover a inteligência humana e não substituí-la

(Marcelo Trevisani-Divulgação)

“Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece à existência”.

Já dizia Arthur Schopenhauer, em uma única frase, palavras que fazem tanto sentido para mim. O ser humano, desde os primórdios até os tempos de hoje, está constantemente atravessando um processo de evolução natural e tudo isso, em pleno século XXI, também abrange o âmbito tecnológico. Ou seja, o homem está no que chamo de um possível círculo vicioso, ao qual as empresas executam suas ações da forma mais tecnológica, arrojada e inovadora possível, provocando fortemente, por outro lado, o interesse do ser humano pelo grande consumo dessas “tecnologias” que encontram à sua disposição, precisando ou não.

Mas vale entender melhor como chegamos até aqui. Sempre acreditei que, para permanecer nesse processo de evolução ao qual os seres humanos passam diariamente, foi necessário que as empresas também se adaptassem a novas demandas, de forma proativa e reativa. Então, a partir do momento em que as pessoas passaram a ter novos interesses que pudessem suprir essa necessidade de estar antenado e/ou atualizado em tudo que estamos vivendo, as empresas também identificaram a importância da execução de novos planejamentos estratégicos e criação de novos produtos, para não “ficarem para trás”.

E tudo isso, ao longo do tempo, nos fez chegar ao ponto de compreender o quanto a tecnologia pode e deve ser considerada como uma aliada nesse trajeto. Então, junto a diversos recursos e dispositivos, o ser humano foi capaz de desenvolver a Inteligência Artificial, capaz de mudar, principalmente, a forma como as empresas passaram a trabalhar e, chegando a substituir, em determinadas funções, o trabalho humano pela máquina. É possível vermos isso por meio de empresas que estão inserindo sistemas inteligentes para substituir humanos em processos de fabricação, prestação de serviços, recrutamento e serviços financeiros, por exemplo.

Porém, acredito que chegamos no seguinte: é de extrema importância que vejamos a Inteligência Artificial (IA) como nossa aliada, não como substituta à inteligência humana. Por mais que a IA seja capaz de nos mostrar o quanto pode otimizar e até substituir nossas funções, ela não deve ser considerada como uma solução única – se assim eu puder chamar.

Um artigo publicado este ano pela Harvard Business Review (HBR) chamado “AI should augment human intelligence, not replace it”, na tradução livre, “A Inteligência Artificial deve aumentar a inteligência humana, não substituí-la”, afirma que as máquinas baseadas em IA são rápidas, mais precisas e consistentemente racionais, mas não são intuitivas, emocionais ou culturalmente sensíveis. E isso é um ponto que merece destaque. Precisamos compreender que, ainda que as pessoas vejam nos computadores e demais dispositivos o potencial para aprender e tomar decisões de seus dias a dia, a Inteligência Artificial e a Inteligência Humana são coisas completamente diferentes, mas que, unidas de forma inteligente, podem trazer grandes resultados.

O poder de trabalhar com uma Inteligência Artificial é fruto de como a pessoa e a máquina se complementam. Se houver uma inteligente junção (e não sobreposição) entre a Inteligência Artificial e a Inteligência Humana, grandes feitos podem ser alcançados. Então, ainda segundo o artigo publicado pela HBR, acredito que o principal desafio agora é como antecipar o que a Inteligência Artificial significa em relação a forma como os humanos pensam e agem. Algo que, em um primeiro momento, pode ser muito complexo, mas jamais impossível de ser aplicado.

Eu acredito fortemente que se unirmos todos o potencial da Inteligência Artificial com os benefícios proporcionados pela Inteligência Humana, será possível a redução de erros e atritos, a otimização da vida humana e a possibilidade que as organizações se desenvolvam novos produtos e serviços que brilhem aos olhos dos clientes. Seria falso dizer que o mercado não vai exigir profissionais que dominam a inteligência artificial.

Eu mesmo estou aprendendo sobre o assunto, todos os dias, a cada minuto. Mas, Rob Thomas, vice-presidente sênior de softwares da IBM, nesse sentido tem sido muito claro e objetivo ao dizer que a IA não vai substituir os líderes e as pessoas. Assim como profissões do passado vão desaparecer, outras carreiras nascerão ou se renovarão.

Então, acredito que, do mesmo modo como um dia a IA trouxe novos desafios para operadores de telemarketing, por exemplo, agora, um novo processo de desconstrução deve passar em centenas de profissões.

Um outro dado que pode comprovar tudo que estou apresentando é que, de acordo com International Data Corporation (IDC), até 2024 as empresas que utilizarem a IA a ser favor serão 50% mais rápidas do que as que não utilizarem, e, por conta disso, se uma organização não estiver adaptada tecnologicamente, ela certamente cairá em desuso ou perderá muita credibilidade. Isso mostra que não basta investir em tecnologia, é preciso continuar também, investindo em pessoas e capacitá-las para o novo mundo que se abre.

A Inteligência Artificial e outras tecnologias digitais podem (e devem) substituir o trabalho de rotina, mas vão fortalecer profissões que estão voltadas para criação,imaginação e relacionamento. Obviamente que tudo passará por uma renovação e neste novo cenário é importante a empresa entender que não deve somente focar em substituir pessoas, mas, sim, oferecer educação gratuita e reciclagem profissional para uma transição que não pense na substituição de “automação pelo trabalho humano”,e sim na “automação juntamente com o trabalho humano”, e isso, claro, vai impactar,inclusive nas rotinas que conhecemos hoje – carga horária, número de dias de trabalhados, local de trabalho – e que já passam por grandes mudanças que vão muito além do que temos visto por conta pandemia.

Nos próximos meses, passamos então, ao desafio de nos tornarmos líderes e partes de equipes ao qual precisaremos ter a habilidade de reunir diversas partes, ou seja, criar uma sinergia de trabalho, alinhando o homem à máquina, com o único objetivo de diversificar as vendas e aumentar os lucros. Melhorar a humanidade e o bem-estar de todos, sendo eficientes, é dever de todos.

Marcelo Trevisani – com mais de 20 anos de experiência como profissional nas áreas de Digital Marketing, Transformação Digital, Inovação, Chief Marketing Officer, é considerado um dos nomes mais relevantes da área. Participou de grandes cases de Marketing Digital do Brasil para empresas como Tecnisa, BRF, Itaú, Coca-Cola, Nestlé e Vivo, além de ter sido finalista e vencedor em prêmios como Caboré 2017 e CMO 2019, respectivamente. Atualmente, como Chief Marketing Officer, embasa seu trabalho em 3 pilares: Marketing - pelo foco no consumidor, Growth – pelo foco em crescimento de negócio e Marketing Digital e Growth Hacking – como facilitadora de trabalhos. Foi criador e professor do primeiro curso de pós-graduação em Marketing Digital do Brasil, além de professor de MBAs e Pós-Graduações por mais de 10 anos em instituições como ESPM, FGV Business School e FIAP. Também é palestrante em eventos relacionados à Nova Economia, Transformação Digital, Marketing Digital e Growth Hacking em locais como ESPM, Endeavor, CUBO Itaú, SEBRAE, Digitalks, Casa Digital, ProXXima, Social Media Week, In Companies entre outros.

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